quinta-feira, 29 de março de 2012

Variação Linguística (Nova Disciplina)

Esta semana estou fazendo um exercício interessante de Variação Linguistica, onde vou entrevistar um conhecido, amigo, parente ou vizinho e identificar traços de variação linguistica na forma que eles falam... Interessante vai ser estudar o mineirês que eu amo e que falo na voz de outras pessoas. Para entrarmos no ritmo, postei um video super engraçado de alguns artistas mineiros brilhantes que transformam em graça o sotaque mineiro que eu, você e muitos de nós usamos pra falar no cotidiano. Divirtam-se!



Abraços!!!








sábado, 7 de janeiro de 2012

Esse ano eu vou mudar!!!

Chega de ficar quebrando a cara com os velhos erros de sempre.
Quero cometer error novos, passar por apertos diferentes,
Experimentar situações desconhecidas,
Sair da rotina e do lugar comum.

Esse ano eu preciso crescer.
Chega de saber a saída e ficar parado na porta,
Ensaiando os passos sem nunca entrar na estrada,
Esperando que e venha o que o mais preciso encontrar.

Esse ano, se eu tiver que sofrer,
Será por sofrimentos reais,
Nunca mais por males imaginários,
Preocupado com coisas que jamais acontecerão.

Chega de planejar o futuro e tropeçar no presente.
Chega de pensar demais e fazer de menos.
Chega de pensar de um jeito e fazer de outro.
Chega do corpo dizer que sim e a cabeça dizer que não!

Chega desses intermináveis conflitos que me fazem adiar para nunca a minha decisão:
ESSE ANO EU VOU VIVER!

Extraído de um caderno velho da minha mãe, com uma letra que não é dela.
2007


Feliz ano novo a todos!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Minha Leitura de Mundo


Como vai galera?! Este semestre teve uma disciplina que me ajudou muito no desenvolvimento de textos. Eu fiz e refiz vários textos e tive a oportunidade de criticar a mim mesmo quando me vi obrigado a mudar coisas que depois de um tempo já não concordava mais. Foi um ótimo exercício! Segue abaixo o meu primeiro texto (já corrigido) que num tem nada técnico tá? É só o mundo na visão de um reles mortal! 

Abrass

No auge dos meus 25 anos eu começo a ter flashes de minha infância que por muito tempo fora esquecida. Era muito estranho estar com oito anos e não me lembrar do que tinha feito aos seis. Graças às historias que minha mãe me conta, eu posso resgatar episódios da minha vida como uma vez que a ouvi xingar um palavrão se referindo ao pacote de arroz e dias mais tarde, quando estávamos no supermercado, eu disse o mesmo palavrão quando encontrei a seção de cereais! Claro que esta foi uma atitude totalmente aceitável por parte dos meus pais, pois naquela idade eu ainda estava aprendendo novas palavras. Eles aprenderam a lição e pensavam duas vezes antes de falar qualquer coisa perto de mim!
Como toda criança, também era louco para ir para a escola. Dizia minha mãe que eu ficava do alto de um barranco que existia na frente da minha casa chamando os alunos e dizia: “Ei... me leva pra escola? Por favor!”, “Ei menino, deixa eu ir com você?”. Já vencida esta parte, quando aprendi a ler, fiquei ávido por descobrir o que havia em um local muito especial na nossa casa: A estante de livros do meu pai, objeto raro de se ver ainda mais numa casa simples como a nossa. Comecei a me interessar pelas Fábulas de Esopo e não me cansava de ler as histórias da minha coleção. Era extremamente cuidadoso ao deixar os livros sempre limpos e bem guardados, porém ao meu alcance a qualquer momento. Sempre fui muito chato com as minhas coisas!
Quando estava maior, pedi ao meu pai um quadro negro para escrever as minhas coisas, brincar de escolinha com a menina que morava com a gente e ajudava a minha mãe com os afazeres domésticos. Ela tinha muita paciência, coitada, pois passava boa parte do dia treinando a minha caligrafia, a mando de minha mãe, que imaginava o filho com uma caligrafia impecável.
Quando estava na pré-adolescência, li um livro chamado “Fugindo de casa”. A princípio meu interesse era encontrar no livro um manual que ensinava as crianças a fugir de casa. O primeiro livro foi tão interessante pra mim que me empolguei pela continuação da história no segundo livro “Voltando pra casa”. A minha experiência é que a cada palavra lida era como se um filme estivesse rodando na minha cabeça. Eu consegui sentir isso perfeitamente.
Mas depois disso veio a fase eletrônica, onde conheci o “MSN” e passei a “teclar” a princípio com desconhecidos, depois amigos que moravam longe e achei realmente que estava exercitando a leitura e a escrita através de pequenos textos no Messenger. Minha história com a literatura teve uma pausa por aqui, mas o interesse nunca morreu, ele sempre esteve dormindo por aqui, mas já faz algum tempo que estou querendo despertar em mim novamente o desejo pela literatura.
O curso de Letras veio para me ajudar nisso. Sempre me senti à vontade com as palavras e de alguma forma o que aprendi desde criança me influenciou muito.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Redação feita por uma aluna da UFPE - Um dia eu chego lá!

Olá amigos! Recebi do meu amigo Alessandro a sugestão de colocar este texto no blog. É um trabalho magnífico de uma aluna que não sabemos o nome, mas que nos encantou com sua criatividade e domínio dos termos técnicos usados na língua portuguesa e se assemelha à obra do Grande Millôr Fernandes que já publiquei aqui também. É só curtir!



Um grande abraço!



Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa. 

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. 

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. 

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. 

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. 

Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. 

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta. 

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. 

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. 

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

Autora desconhecida

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um pouco de Linguística Aplicada

Para começo de conversa, precisamos entender o objetivo da Linguística Aplicada. O campo é extenso e a princípio é complexo entender até onde vai a Linguística e onde entra a Linguística Aplicada, mas deu pra entender que a LA vem para explicar a Linguagem como prática social e todas as vertentes que compõe esta prática.

O próximo passo foi entender que a língua tem um significado além daquele que conhecemos ou que estamos acostumados, ela é um fenômeno social que está em constante modificação e podemos dizer que é um processo interminável, pois varia de acordo com a evolução do homem em sociedade. Neste contexto entra a sociolinguística, cujo objetivo principal é relacionar a língua e a sociedade, ambas heterogêneas. A heterogeneidade ordenada defendida pela sociolinguística contempla as características da língua, dentre elas o fato de estar sempre em construção, mas continuamente fornece aos seus falantes recursos para a interação social e cultural.

Em seguida entramos no universo dos textos. Descobrimos que, do ponto de vista linguístico, o texto é uma ferramenta de fim social, com elementos linguísticos ordenados e previamente escolhidos. É uma atividade intencional e interacional. Um texto pode nos dizer muitas coisas. Graças à nossa capacidade cognitiva, descobrimos aquilo que está implícito e percebemos a coerência, e é esta coerência que permite identificar de fato um texto como texto.

Finalmente, descobrimos que os gêneros são ferramentas textuais de interação social, amplamente utilizado para a comunicação entre os seres humanos. Bakhtin [1997] já falava na “transmutação” dos gêneros onde, antigos gêneros ganharam uma roupagem nova, adequando-se à tecnologia da informação. Existem os tipos textuais e os gêneros textuais, sendo os tipos um conjunto de características pré-definidas de natureza linguística. Gêneros textuais são os textos materializados que somos capazes de reconhecer. Conhecer os gêneros textuais é muito importante tanto para produzir um texto quanto para a sua interpretação.

No Brasil, ainda é necessário discutir as diferenças entre Linguística e Linguística Aplicada. Aos poucos está sendo aceita a idéia de padrões de investigação científica em LA. Com a atitude dos primeiros pesquisadores de Linguística em colocar a LA como tema secundário questionou-se: O que é LA? Trata-se de “uma ciência social, já que seu foco é em problemas de uso da linguagem enfrentados pelos participantes do discurso no contexto social.” (cf. Collins, 1990).

O que há de errado com o "Internetês"?


Olá amigos! Estou seguindo a minha trilha de migalhas... Pelo visto estou indo no caminho certo! Deixo hoje com vocês um texto argumentativo que fiz em forma de exercício para uma disciplina chamada "Leitura e Produção de Textos". Ganhei total apesar de alguns errinhos srsrsrsr!!! Curtam bastante e se tem alguma opinião, deixe o seu comentário!!! 

Abrass

A tecnologia avança extraordinariamente e a sociedade até então tem respondido a esse progresso de uma forma positiva. A rede mundial de computadores, mais conhecida como internet, é o símbolo da modernidade, da comunicação instantânea, da praticidade de um mundo moderno que ignora as distâncias.
Contudo, a grande discussão gira em torno da forma prática de comunicação entre as massas que usam a internet, principalmente os mais jovens. Uma conversa informal não exige o uso da norma padrão. Por que nas mensagens instantâneas precisa ser diferente? Aprendemos na escola acerca dos gêneros textuais e como eles variam. Bakthin (1997) já previa a “transmutação” dos gêneros, isto é, quando novos gêneros textuais passam a existir ancorados em gêneros já existentes, por exemplo: a conversa informal evoluiu para o chat.
Por que devemos ficar presos a uma única forma de escrita? Bakthin afirma que a língua não é um conjunto de normas “rígidas e imutáveis”. Pelo contrário, ela passa por um processo de evolução ininterrupta.
Entretanto, percebe-se que a gramática da forma que é ensinada nas escolas é responsável por toda esta opinião dividida, pois aprendemos desde cedo a distinguir o certo do errado, porquanto a língua tende a mudar conforme o ser humano muda.
O ensino da gramática deve servir para reflexão a fim de que os alunos através de atividades práticas conquistem uma segurança linguística necessária às situações de interação comunicativa.
O importante é saber usar a norma padrão na hora em que ela deve ser usada. No restante, é adequado dar asas à imaginação para escrever da forma mais criativa possível enquanto houver meios de compreensão.  

sábado, 26 de novembro de 2011

Poesia Matemática

Olá meus amigos! Deixo com vocês um texto muito interessante e bem conhecido que trabalha a interdisciplinaridade envolvendo a Matemática e a Literatura.

Divirtam-se!




Millôr Fernandes

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.



Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.