sábado, 10 de dezembro de 2011

Minha Leitura de Mundo


Como vai galera?! Este semestre teve uma disciplina que me ajudou muito no desenvolvimento de textos. Eu fiz e refiz vários textos e tive a oportunidade de criticar a mim mesmo quando me vi obrigado a mudar coisas que depois de um tempo já não concordava mais. Foi um ótimo exercício! Segue abaixo o meu primeiro texto (já corrigido) que num tem nada técnico tá? É só o mundo na visão de um reles mortal! 

Abrass

No auge dos meus 25 anos eu começo a ter flashes de minha infância que por muito tempo fora esquecida. Era muito estranho estar com oito anos e não me lembrar do que tinha feito aos seis. Graças às historias que minha mãe me conta, eu posso resgatar episódios da minha vida como uma vez que a ouvi xingar um palavrão se referindo ao pacote de arroz e dias mais tarde, quando estávamos no supermercado, eu disse o mesmo palavrão quando encontrei a seção de cereais! Claro que esta foi uma atitude totalmente aceitável por parte dos meus pais, pois naquela idade eu ainda estava aprendendo novas palavras. Eles aprenderam a lição e pensavam duas vezes antes de falar qualquer coisa perto de mim!
Como toda criança, também era louco para ir para a escola. Dizia minha mãe que eu ficava do alto de um barranco que existia na frente da minha casa chamando os alunos e dizia: “Ei... me leva pra escola? Por favor!”, “Ei menino, deixa eu ir com você?”. Já vencida esta parte, quando aprendi a ler, fiquei ávido por descobrir o que havia em um local muito especial na nossa casa: A estante de livros do meu pai, objeto raro de se ver ainda mais numa casa simples como a nossa. Comecei a me interessar pelas Fábulas de Esopo e não me cansava de ler as histórias da minha coleção. Era extremamente cuidadoso ao deixar os livros sempre limpos e bem guardados, porém ao meu alcance a qualquer momento. Sempre fui muito chato com as minhas coisas!
Quando estava maior, pedi ao meu pai um quadro negro para escrever as minhas coisas, brincar de escolinha com a menina que morava com a gente e ajudava a minha mãe com os afazeres domésticos. Ela tinha muita paciência, coitada, pois passava boa parte do dia treinando a minha caligrafia, a mando de minha mãe, que imaginava o filho com uma caligrafia impecável.
Quando estava na pré-adolescência, li um livro chamado “Fugindo de casa”. A princípio meu interesse era encontrar no livro um manual que ensinava as crianças a fugir de casa. O primeiro livro foi tão interessante pra mim que me empolguei pela continuação da história no segundo livro “Voltando pra casa”. A minha experiência é que a cada palavra lida era como se um filme estivesse rodando na minha cabeça. Eu consegui sentir isso perfeitamente.
Mas depois disso veio a fase eletrônica, onde conheci o “MSN” e passei a “teclar” a princípio com desconhecidos, depois amigos que moravam longe e achei realmente que estava exercitando a leitura e a escrita através de pequenos textos no Messenger. Minha história com a literatura teve uma pausa por aqui, mas o interesse nunca morreu, ele sempre esteve dormindo por aqui, mas já faz algum tempo que estou querendo despertar em mim novamente o desejo pela literatura.
O curso de Letras veio para me ajudar nisso. Sempre me senti à vontade com as palavras e de alguma forma o que aprendi desde criança me influenciou muito.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Redação feita por uma aluna da UFPE - Um dia eu chego lá!

Olá amigos! Recebi do meu amigo Alessandro a sugestão de colocar este texto no blog. É um trabalho magnífico de uma aluna que não sabemos o nome, mas que nos encantou com sua criatividade e domínio dos termos técnicos usados na língua portuguesa e se assemelha à obra do Grande Millôr Fernandes que já publiquei aqui também. É só curtir!



Um grande abraço!



Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa. 

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. 

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. 

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. 

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. 

Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. 

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta. 

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. 

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. 

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

Autora desconhecida

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um pouco de Linguística Aplicada

Para começo de conversa, precisamos entender o objetivo da Linguística Aplicada. O campo é extenso e a princípio é complexo entender até onde vai a Linguística e onde entra a Linguística Aplicada, mas deu pra entender que a LA vem para explicar a Linguagem como prática social e todas as vertentes que compõe esta prática.

O próximo passo foi entender que a língua tem um significado além daquele que conhecemos ou que estamos acostumados, ela é um fenômeno social que está em constante modificação e podemos dizer que é um processo interminável, pois varia de acordo com a evolução do homem em sociedade. Neste contexto entra a sociolinguística, cujo objetivo principal é relacionar a língua e a sociedade, ambas heterogêneas. A heterogeneidade ordenada defendida pela sociolinguística contempla as características da língua, dentre elas o fato de estar sempre em construção, mas continuamente fornece aos seus falantes recursos para a interação social e cultural.

Em seguida entramos no universo dos textos. Descobrimos que, do ponto de vista linguístico, o texto é uma ferramenta de fim social, com elementos linguísticos ordenados e previamente escolhidos. É uma atividade intencional e interacional. Um texto pode nos dizer muitas coisas. Graças à nossa capacidade cognitiva, descobrimos aquilo que está implícito e percebemos a coerência, e é esta coerência que permite identificar de fato um texto como texto.

Finalmente, descobrimos que os gêneros são ferramentas textuais de interação social, amplamente utilizado para a comunicação entre os seres humanos. Bakhtin [1997] já falava na “transmutação” dos gêneros onde, antigos gêneros ganharam uma roupagem nova, adequando-se à tecnologia da informação. Existem os tipos textuais e os gêneros textuais, sendo os tipos um conjunto de características pré-definidas de natureza linguística. Gêneros textuais são os textos materializados que somos capazes de reconhecer. Conhecer os gêneros textuais é muito importante tanto para produzir um texto quanto para a sua interpretação.

No Brasil, ainda é necessário discutir as diferenças entre Linguística e Linguística Aplicada. Aos poucos está sendo aceita a idéia de padrões de investigação científica em LA. Com a atitude dos primeiros pesquisadores de Linguística em colocar a LA como tema secundário questionou-se: O que é LA? Trata-se de “uma ciência social, já que seu foco é em problemas de uso da linguagem enfrentados pelos participantes do discurso no contexto social.” (cf. Collins, 1990).

O que há de errado com o "Internetês"?


Olá amigos! Estou seguindo a minha trilha de migalhas... Pelo visto estou indo no caminho certo! Deixo hoje com vocês um texto argumentativo que fiz em forma de exercício para uma disciplina chamada "Leitura e Produção de Textos". Ganhei total apesar de alguns errinhos srsrsrsr!!! Curtam bastante e se tem alguma opinião, deixe o seu comentário!!! 

Abrass

A tecnologia avança extraordinariamente e a sociedade até então tem respondido a esse progresso de uma forma positiva. A rede mundial de computadores, mais conhecida como internet, é o símbolo da modernidade, da comunicação instantânea, da praticidade de um mundo moderno que ignora as distâncias.
Contudo, a grande discussão gira em torno da forma prática de comunicação entre as massas que usam a internet, principalmente os mais jovens. Uma conversa informal não exige o uso da norma padrão. Por que nas mensagens instantâneas precisa ser diferente? Aprendemos na escola acerca dos gêneros textuais e como eles variam. Bakthin (1997) já previa a “transmutação” dos gêneros, isto é, quando novos gêneros textuais passam a existir ancorados em gêneros já existentes, por exemplo: a conversa informal evoluiu para o chat.
Por que devemos ficar presos a uma única forma de escrita? Bakthin afirma que a língua não é um conjunto de normas “rígidas e imutáveis”. Pelo contrário, ela passa por um processo de evolução ininterrupta.
Entretanto, percebe-se que a gramática da forma que é ensinada nas escolas é responsável por toda esta opinião dividida, pois aprendemos desde cedo a distinguir o certo do errado, porquanto a língua tende a mudar conforme o ser humano muda.
O ensino da gramática deve servir para reflexão a fim de que os alunos através de atividades práticas conquistem uma segurança linguística necessária às situações de interação comunicativa.
O importante é saber usar a norma padrão na hora em que ela deve ser usada. No restante, é adequado dar asas à imaginação para escrever da forma mais criativa possível enquanto houver meios de compreensão.