O próximo passo foi entender que a língua tem um significado além daquele que conhecemos ou que estamos acostumados, ela é um fenômeno social que está em constante modificação e podemos dizer que é um processo interminável, pois varia de acordo com a evolução do homem em sociedade. Neste contexto entra a sociolinguística, cujo objetivo principal é relacionar a língua e a sociedade, ambas heterogêneas. A heterogeneidade ordenada defendida pela sociolinguística contempla as características da língua, dentre elas o fato de estar sempre em construção, mas continuamente fornece aos seus falantes recursos para a interação social e cultural.
Em seguida entramos no universo dos textos. Descobrimos que, do ponto de vista linguístico, o texto é uma ferramenta de fim social, com elementos linguísticos ordenados e previamente escolhidos. É uma atividade intencional e interacional. Um texto pode nos dizer muitas coisas. Graças à nossa capacidade cognitiva, descobrimos aquilo que está implícito e percebemos a coerência, e é esta coerência que permite identificar de fato um texto como texto.
Finalmente, descobrimos que os gêneros são ferramentas textuais de interação social, amplamente utilizado para a comunicação entre os seres humanos. Bakhtin [1997] já falava na “transmutação” dos gêneros onde, antigos gêneros ganharam uma roupagem nova, adequando-se à tecnologia da informação. Existem os tipos textuais e os gêneros textuais, sendo os tipos um conjunto de características pré-definidas de natureza linguística. Gêneros textuais são os textos materializados que somos capazes de reconhecer. Conhecer os gêneros textuais é muito importante tanto para produzir um texto quanto para a sua interpretação.
No Brasil, ainda é necessário discutir as diferenças entre Linguística e Linguística Aplicada. Aos poucos está sendo aceita a idéia de padrões de investigação científica em LA. Com a atitude dos primeiros pesquisadores de Linguística em colocar a LA como tema secundário questionou-se: O que é LA? Trata-se de “uma ciência social, já que seu foco é em problemas de uso da linguagem enfrentados pelos participantes do discurso no contexto social.” (cf. Collins, 1990).
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